O ex-prefeito de Cruz Alta Juliano da Silva teve a prisão preventiva decretada ppr decisão unânime da Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).

O ex-prefeito é acusado de desvio de verba e lavagem de dinheiro no processo. O Ministério Público, autor do recurso acolhido pelos desembargadores, aponta que o político aumentou o próprio patrimônio em 229%, uma elevação incompatível com a renda declarada entre 2012 e 2015.
Segundo o relatório do desembargador Rogério Gesta Leal, o pedido apontou que a "materialidade delitiva restou cabalmente demonstrada pelos documentos que acompanham a denúncia, os quais dão conta de que o representado desviou valores do erário público em seu benefício".
O MP aponta também que Juliano "dissimulou e ocultou a propriedade de bens adquiridos com os valores provenientes da prática da apropriação de rendas públicas", além de alegar periculosidade, porque ele responde a "inúmeras ações penais pela prática de crimes contra a administração pública", e garantia de ordem pública, "haja vista que esta deve ser analisada à luz de vários fatores, entre os quais a gravidade concreta da infração, a repercussão social e periculosidade do agente".
O recurso aponta também que o réu responde a quatro processos que apuram delitos contra a administração pública, e que ele não foi encontrado por oficiais de justiça em várias visitas ao endereço dele.
Em setembro de 2017, Juliano da Silva e outras três pessoas tiveram os bens bloqueados devido a supostas irregularidades em um projeto de lei que ele havia apresentado para pagar por sepultamentos no Cemitério Jardim do Sossego. Segundo a promotoria, os serviços deveriam ser gratuitos, mas estavam sendo pagos. Juliano também era Diretor do ISDH - Instituto de Saúde e Desenvolvimento Humano, instituto que administrou o Hospital de Butiá entre 2017 e 2018, abandonando o hospital alegando dívida de repasses da Administração Municipal em mais de R$ 400 mil. Mais de 10 funcionários foram demitidos e ainda não receberam seus direitos trabalhistas.
Fonte: G1/RS Foto: Reprodução RBS