
Em meados de 1950 nasce a Cônsul, primeira fábrica de refrigeradores com funcionamento a querosene. Hoje quem tem em torno de sessenta a setenta anos lembra dessas máquinas maravilhosas, que proporcionaram a muitas famílias ter alimentos refrigerados em casa. Em menos de cinquenta anos tivemos uma revolução tecnológica de largo alcance. O que antes era privilégio de poucos, como desenvolver o projeto complexo e caro de uma geladeira, hoje é encontrado em todas as lojas com as mais diversas tecnologias. Lembro-me de ver na fábrica de meu pai, nos anos oitenta, cada detalhe de criação de um refrigerador ser feito de forma manual. Madeira, fórmica, e nomes que talvez para a geração de hoje não faça nenhum sentido. O destino profissional era aprender ao lado de quem sabe. Mas quem poderia imaginar que apenas duas gerações depois o destino de aprender profissões se tornaria algo virtual. O que antes era uma gama limitada de profissões, hoje não tem limites. É possível um jovem ter um canal no youtube e com suas postagens de vídeos ganhar muito dinheiro, mesmo que isso não seja algo que resolva nenhuma doença, ou que resolva algum problema da humanidade, simples entretenimento pode ser a grande sacada para alguns. E talvez esse entretenimento será proporcionado pelas capacidades de uma pessoa que nem se quer teve a oportunidade de estudar teatro, artes cênicas, ou jornalismo. O destino virtual revela os talentos, desnuda os segredos, aproxima as nações. Dos refrigeradores que levavam semanas em sua fabricação, hoje temos máquinas para literalmente “cuspir” refrigeradores de alta tecnologia. E longe dos chãos das fábricas temos milhares de seres humanos conectados a tecnologia, pensando ideias para fazer com que os refrigeradores de hoje e do amanhã sejam “mais inteligentes”. Parece loucura, mas é a realidade. Qualquer indouto que busque a informação hoje disponível na internet, pode tornar-se mais útil a sociedade comum com ideias, projetos ou apenas com alguns vídeos de risadas que farão milhões de pessoas estressadas sorrirem por alguns minutos em seu dia. Assim o destino profissional de muitos será virtual, menos palpável, com menos pessoas do lado, mas talvez com milhões de pessoas conectadas as suas ideias e soluções.