Era uma vez um Reino Encantado que andava meio desencantado, devido a conflitos, desentendimentos, desamor. Dizem que tudo aconteceu em um passado longínquo, em um lugar deveras distante. Nele existiam reis, rainhas, príncipes e princesas, na verdade, incontáveis famílias Reais.
A propósito, o nome do gigantesco Reino era REALIDADE. Ele possuía divisões, conhecidas como sub-reinos, tendo cada um deles, um nome diferente, sendo comandado por grupos ou representantes da realeza. Esses disputavam o poder, defendiam interesses coletivos e individuais.
Eis que um dia, ninguém sabe precisar exatamente quando, um terrível mal se abateu sobre a nação de REALIDADE, atingindo igualmente súditos e soberanos. E o caos se instaurou. Para uns, era uma praga vinda de um Reino ‘tão, tão distante’, para outros; uma maldição e ainda havia um grande grupo de seres com dificuldade de aceitação, esses agiam indiferentes, fingindo não perceber o poder letal daquela terrível moléstia.
E se movimentavam em uma agitação fenomenal, bruxas, fadas, gnomos, dragões e gigantes, bem como bobos da corte, cada um agindo de acordo com suas índoles e propósitos. Com a rapidez da disseminação, cada um corria desatinado, quando a ordem era para ficar protegido dentro das humildes moradias ou nos ostensivos castelos.
No entanto, não era seguro nem na extremidade mais alta das torres! E assim, o REINO DA REALIDADE , outrora, tão repleto de leis , virou um quiproquó. Os arautos dos reis nem davam conta de proclamar tantos anúncios, pois eram inúmeros os decretos Reais e todos os dias, a ordem mudava.
Então, sóis e luas se passaram, os sub-Reinos sofreram uma devastação e grande parte do povo foi dizimado. Houve divisão, brigas, guerras, desespero, pois a sobrevivência dependia da agilidade, poder de reação, inteligência e empatia de cada soberano. Enquanto uns reis, entendendo a urgência da situação, chamaram imediatamente e em caráter emergencial, os sábios, os curandeiros, os feiticeiros, detentores do conhecimento, para que criassem uma poção mágica, um antídoto; existiam reis mais casmurros, os quais duvidavam da capacidade dos sábios , negando-se a acreditar na poção mágica da cura.
E essa história, como toda boa narrativa, que passa de geração em geração, não se sabe o final... Há quem diga que o REINO DA REALIDADE aprendeu com as duras lições e se reergueu, ao compreender que, além, muito acima de qualquer Rei, existe o REI DOS REIS, com poderes infinitos.
No entanto, também há quem conte que nunca mais houve paz e o REINO DA REALIDADE precisou até trocar de nome e se transformou no REINO DA INTOLERÂNCIA... E como dizem os contadores de história, essa narrativa entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser, que conte outra...
